domingo, 16 de setembro de 2012

Rotina


E mais um dia que você quer ir embora sem mais nem menos. Diz que eu sempre estrago tudo, sempre eu. Eu quero ter coragem de falar “pode ir, some!”, mas por fim eu te peço para ficar, peço umas cinco vezes, até você resolver ficar. Então você deita, dorme. Juro que se eu gostasse um pouco menos de você, eu teria te mandado ir embora, afinal, se for para ficar de má vontade, vá embora!   Noites assim virão aos montes, por que isso faz parte de você, brigar, estragar e dizer que a culpa é minha, e por medo de te perder para sempre eu aceito e assumo a culpa. Submissa, meu novo adjetivo.
Sempre fui do tipo carente, que precisa de atenção e carinho o tempo todo. No começo você era tão grudento, que eu simplesmente achei que você seria o meu encaixe perfeito do momento. Te ligo, já que você sempre está tão ocupado para me ligar. “É sexta, vai vir me ver?”, é claro que não, novamente você está cansado e diz que precisa dormir para estudar, mas ao menos irá me ver um pouquinho no domingo. Conforme o prometido da ultima briga, eu não entro em discussão, e mesmo assim você me culpa por não entender a sua falta de tempo. Claro, eu sempre entendo, por que hoje não entenderia? Desligo, e choro mais um pouco. Só mais um pouquinho. Sei lá, você se tornou minha rotina, e quando você deixou de ser, eu fiquei perdida.
Resolvo sair, meus amigos me ajudam quando você me derruba. É para isso que eles existem, não? Mas claro, você briga comigo, briga por eu não ficar em casa enquanto você não tem tempo para mim. Por que eu ficar chateada pela sua falta de atenção é tomar satisfações daquilo que não posso, e você brigar comigo por ter ido dar um pouco de risadas, ou melhor “encher a cara”, é apenas proteção. Chega, você acabou com meu sábado. Mas pelo menos você disse que ligaria mais tarde, e daí poderíamos nos acertar e eu aproveitar meu fim de semana sem você. Mas você não liga, não me responde, como sempre. Resolvo ir a uma balada gay, pois assim você não se importaria e nem teria ciúmes. Mas minha festa foi uma droga claro, pois você que faz questão de sempre acabar com tudo e eu sempre assumo a culpa. Chego cinco horas da manhã, fico pensando por que permito você fazer isso, e adormeço.
Acordo e a primeira coisa que lembro é você e nossa guerra fria, não consigo mais dormir. Droga, eu só dormi cinco horas... Levanto, te mando uma sms perguntando se os planos de me ver um pouquinho no domingo ainda estariam de  pé, seis horas mais tarde e você não me responde. Devo inventar algo para preencher esse horário? Devo inventar alguém para preencher seu lugar? Nunca fui tão medrosa.
Resolvo tomar um tererê, e colocar uma música bem animada, e por fim acabo escrevendo coisas para você que você nunca irá ler, ainda tenho um pingo de orgulho no meio dessa covardia toda. Pego o celular inúmeras vezes, chego tudo, sms, ligações, desligo e ligo de novo...Claro que não tem nem um sinal de vida seu.  Fico pensando em fazer algo que possa fazer você ficar com ciúmes e vir atrás de mim, não consigo fazer nada, claro. Ainda tenho medo de perder o que eu não tenho. 

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