quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Você aqui

E cá estou eu, com a maquiagem borrada e o coração em pedaços. Eu jurava que era forte, eu acreditava que aguentava o “tranco”, mas por fim, resolvi aceitar derrota. Você não vai se apaixonar por mim, nem hoje e nem nunca. Bebi a garrafa inteira do vinho mais doce que eu tinha em casa, mas tudo continua amargo. Desisti e coloquei Caetano, cantando “Sozinho” pra ver se ferro com tudo de uma vez, exatamente como você fez com nós dois. Acabei de dar um fora em todos os paqueras que eu tinha, não por você, por eles. Achei melhor assim.

Até quando vou sentir a sua falta? Não sei... Poderia ser só até hoje, só até o fim desse texto, e então eu esqueceria que um dia dormi de conchinha com você, ou esqueceria aquela noite em que saímos rindo bêbados, nos apoiando um no outro, cambaleando feito dois idiotas, e eu pensando em como aquela noite tinha sido maravilhosa. Foi a nossa última noite, a última que tive você pra mim, na minha cama. A última até eu pegar o carro e ir correndo atrás de você, viajar horas pensando em como seria ver o seu sorriso novamente. Eu não acredito que fiz isso, minha mãe quis me matar, e eu tentei justificar que fui por uma amiga, jamais fui por você.

Não, eu não vou lembrar dos seus olhos nos meus e você dizendo o quanto gostava de mim (se é que um dia gostou). Droga! Eu já lembrei, lembro todos os dias. Eu acreditei sabia? Eu que me achava tão sabida das coisas do amor, até hoje de vez em quando eu acredito. Mas o que eu gostaria de acreditar mesmo, é que seus sumiços não são por falta de interesse, que sim, de vez em quando você ainda pensa em mim. Que quando lembro de você repentinamente é sinal de que você está sentindo a minha falta naquele exato momento, e não eu da sua. Ainda lembro da sua primeira ligação de madrugada, você bêbado, e seus amigos gritando que você estava apaixonado por mim, e você não sabia se mandava eles calarem a boca, ou se tentava negar... Fiquei boba, com cara de pastel, e coração de criança. As ligações se tornaram rotina, lembra? Madrugadas inteiras no telefone, minhas orelhas doíam, mas eu queria estar ali, ouvindo você dizer com voz de sono que estava com saudades. Eu também estava, eu também estou. Tudo era tão bom que eu sentia medo, medo de acontecer tudo o que na verdade, aconteceu... Maldita mania feminina de prever o futuro.

Aquele dia que você chorou no meu sofá, meu coração se partiu. Como eu queria poder te ajudar, como eu queria conseguir te fazer feliz. Foi então que eu percebi o quão apaixonada eu estava, e você também percebeu. E então se foi. Eu chorei, esperneei, fiz de tudo, se pudesse teria implorado, mas amor, amor não se implora não é mesmo?

Eu não sei se te gosto ou te mato, se te quero ou se te bato. Só sei que queria você aqui.

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